A vida é como um rio. Umas vezes enche-nos de acontecimentos e de emoções, tal como o rio transborda após um inverno rigoroso...Outras vezes pouco nos trazem os dias vazios, tal como as águas secam após o calor agreste de um Verão sufocante. Este será o rio da minha vida, dos meus verões e dos meus invernos...
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
DOS IDEAIS AOS IDIOTAS EM PARIS
Cinquenta décadas separam
Esta manifestação infeliz
Dos ideais que avançaram
Os estudantes em Paris
Nesse maio distante
Em que exigiam florir
A cultura vibrante
De ser proibido proibir
De libertar a liberdade
E seus ideais serem a verdade.
Longe, meio século as separa
E não queiram aproximar!
Agora há coletes mas sem ideais
Há coletes mas só com interesses
Coletes que não respeitam os demais
Nem o património cultural deles!
Que queimam os carros dos outros
Porque os combustíveis estão caros
Que roubam as lojas dos outros
Porque os impostos são caros
Não são ideais… são desleais!
Podem ser milhões… mas são ladrões!
Que pilham e destroem
Não é a liberdade apregoada d'outrora
È o vandalismo que existe agora
Não estão contentes? Então votem!
Estão em democracia! Votem!
Não matem os ideais… deixem de ser idiotas!
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
SÉTIMA ARTE
Fomos em grupo ao cinema
Ver aquele filme em destaque
Sentamo-nos a ver o dilema
Que trouxe a sétima arte
Sentamo-nos lado a lado
E sem nada p´ra falar
Ficamos mudos e enredados
Na história a começar
Uma cena mais emotiva
E ouvi-te a chorar baixinho
E numa atitude irrefletida
Fiz-te na mão um carinho
Olhaste-me então com surpresa
E eu a tentar disfarçar
Como se o pacote das pipocas
Fosse difícil de encontrar
Falamos desde esse momento
Baixinho ao ouvido, e a saber
O fim do filme, por contratempo
Na sala e não chegamos a ver!
Então o tal filme acabou
E nossa história a começar
Em realidade se tornou
E agora dá bem que falar
Descobri que és do Benfica,
Vegetariana e confiante
Não simpatizo com a equipa
Nem partilho o restaurante
Descobriste que às vezes sou chato,
Do mais desarrumado que viste
E que não podemos ter um gato
Por causa da minha rinite
Não daria para um filme
A nossa história de amor
Mas não troco por nenhuma outra
Nem a história, nem o amor
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
VIDA (DEMASIADO) LONGA PARA AMOR ETERNO
Sabia que existem algumas espécies de traças que vivem só 24 horas?
Se eu fosse uma traçada
À procura de ti, minha luz
Num voo que alarga e abraça
Que amplifica e logo reduz
Se eu fosse essa traça
Que só tem um dia de vida
Minha luz, serias a minha graça
E em ti morreria embebida
Se eu fosse uma traça
Que vive vinte e quatro horas
Este amor por ti que se laça
Seria eterno e sem demoras
Mas eu acho que não sou traça
Acho que serei borboleta
E viverei mais dias por desgraça
Rumarei para parte incerta
Não que eu não te ame
Mas a vida é muito longa
E por mais lágrimas que se derrame
Há mais luz e há mais sombra
Não sou traça minha luz
Viverei demais para ficar em nosso amor
E há todo um mundo que seduz
Há flores e polens p´ra conhecer o sabor
domingo, 11 de novembro de 2018
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
ACRESCENTA UM PONTO...
Contava a vizinha à vizinha:
"Sofia até chorou de felicidade
Quando o marido lhe deu o cão.
É pequeno, branco e brincalhão!"
Outra vizinha que passava
Ouviu a história de raspão
E ao senhor do talho já contava:
"Sofia até chorou pelo cão branquinho
Que o seu querido marido lhe deu.
O animal deve estar doentinho."
O senhor do talho é um pouco surdo
E apesar de não gostar de fofoquisse
Ouve mal mas não é mudo
E à sua freguesia disse:
"Sofia chorava pelo marido
Está doente e deve estar muito mal!
Parece que até está branco como a cal"
E a vizinhança que é boa vizinhança
Ia perguntar à Sofia pelo marido
Quando o vê com um cão, a saltar como uma criança!
"Esta Sofia diz cada coisa sem sentido"!...
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
SENTIMENTOS AMENOS
Lembro-me de sentir o que seria
A intensidade máxima dos sentimentos
Numa altura em que eu sentia
E vivia todos os meus momentos
Num tempo em que eu era eu
Que todo o amor era meu
Ou toda a tristeza era minha
Mas eu sentia muito o que vinha!
Não sei que pancada da vida
Roubou a felicidade plena
Não sei que problema sem saída
Tornou a tristeza amena
Lembro-me de sentir mais do que sinto
Lembro-me bem, mas não sinto!
Como quem já se escondeu debaixo do sofá
Mas agora, só o pé caberia lá
Agora quando fico feliz
Sei que poderia ser mais feliz
Agora quando fico triste
Sei que poderia ser mais triste
Porque já senti essas amplitudes
Mas não as consigo sentir outra vez
E não é um problema de atitude.
Será um problema de alma? Talvez...
Será um problema da vida? Talvez...
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
POLITICAMENTE CORRETO?!...DEIXEM A POESIA PARA MIM!
"Meus portugueses e minhas portuguesas"
Para mim, "português" só basta
Pois na minha língua coesa
Não terminar em "A" não me afasta
Politicamente correto?!... deixem a poesia para mim!
Não percam também tempo a inventar palavras
E eu posso manter o meu cartão de cidadão;
Também o podem mulheres com vidas amargas,
Tê-lo na carteira, sem euros, sem um tostão.
Ás mulheres vulneráveis, desfavorecidas
A terminologia da língua portuguesa
Não lhes põe no frigorífico comida!
Não lhes leva o pão até à mesa!
Politicamente correto?!... deixem a poesia para mim!
Espaços só para mulheres
Quando se andar de autocarro?!
Não me descriminem! Isso fere!
Seria no mínimo um retrocesso bizarro
Politicamente correto?!... deixem a poesia para mim!
Raças, etnias, religião, orientação sexual
É respeito considerar tudo normal
E é respeito não se fazer alarido
Eu respeito as diferenças e farão o mesmo comigo
Então não fomentem discussões parvas
Com demagogia e muitas divagações
Porque não interessam isoladas as palavras
Mas sim os seus contextos e as ações
As "maiorias" e "minorias" pedem com razão:
Respeito, segurança, saúde, educação, pão
Criação de oportunidades, liberdade de expressão
O resto?... a poesia?... deixem-na para mim.
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
MARIA MARRECA
Alguém conhece a Maria Marreca e o Zé Careca?
O galo rouco e velho canta
É cedo, são seis da manhã
Maria Marreca se levanta
Nos habituais pezinhos de lã
Porque não quer acordar o Zé
Já que ao menos pode ele descansar
E também para quê pôr-se a pé
Se o Zé Careca não vai trabalhar?
Maria Marreca vai ao quintal
Alimenta o cão e as galinhas
Lava a roupa, põe no estendal
E rega a horta das vizinhas
As dores nas cruzes estão a acordar
Toma um ben-u-ron, já nem se queixa
E antes de sair para ir trabalhar
Diz ao Zé o almoço que lhe deixa
Há vinte anos que o Zé não trabalha
Desde um tal dia em que torceu o pé
Não há medico ou bruxo que lhe valha
E o coitado passa o dia no café!
Maria Marreca é levada da breca!
Toma um ben-u-ron para não arriar
Que seria de si e do seu Zé Careca
Se também ela não pudesse trabalhar!
terça-feira, 4 de setembro de 2018
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
FESTA DAS VITÓRIAS
Boa festa das Vitórias para todos!
Com
um belo penteado
E
roupa nova, a estrear
O
decote disfarçado
Para
o pai não lhe ralhar
A
Joana estava pronta
Para
ir p’ra romaria
Ia
p’rá festa com os pais
E
voltava à hora que queria
Joana
e seus pais chegaram
Mesmo
na hora dos bombos
E
a correr nos seus tamancos
Quase
que dava um tombo
Valeu-lhe
um tal rapazito
Que
a agarrou pela cintura
Enquanto
ela dava um grito
Ficou
firme e bem segura
O
rapaz piscou-lhe o olho
E
Joana foi ter com os pais
“Vê
lá se ficas zarolho
Já
te esticaste demais!”
Despediu-se
da família
Que
p´rá França ia abalar
Amanhã
já não os via
Que
a procissão ia acompanhar
Seguiu
p´rá Praça do Comercio
E
enquanto comia pipocas
Vendo
as pulseiras da moda
Encontrou
as amigas larocas
Foram
andar nos carrinhos
E
lá que grande encontrão
Era
o rapaz que à bocadinho
Tinha
evitado o trambolhão!
Juntaram-se
os dois grupos
E
continuaram a arruar
Agora
as bandas de música
Iam
começar a atuar
E
a Joana e o rapazito
Em
suas conversas parcas
Descobriram
ambos sentir falta
De
correr à frente das vacas!
Falavam
das vacas de fogo
Dos
seus feitos e memórias
Depois,
mais ninguém os viu
Lá
na Praça das Vitórias
A
melhor festa para ir
É
a festa das Vitórias
Vivem-se
pequenas histórias
Guardam-se
grandes memórias
sábado, 25 de agosto de 2018
O MUNDO É NOSSO
Olha para nós insaciáveis
Nesta vontade de viver
Descobrindo coisas incríveis
Sem nos cansarmos de aprender
Devoramos aos pedaços a vida
Sem recear o precipício
E encontrar a melhor saída
Já se tornou mesmo num vício
Não tenho medo de nada
Se puder apertar a tua mão
Estar entre a parede e a espada
Ou de guiarmos em contra-mão
Eu e tu! Juntamo-nos a fome
E a vontade de comer
No luar quente que se consome
Até ao raio do amanhecer
Na vertigem de viver
Entre a asa e o fosso
O mundo pode não saber
Mas o mundo é todo nosso
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
ARCO-ÍRIS DE OUTRO ESPETRO
Porque " O essencial é invisível aos olhos"...
Se a vida fosse uma nuvem
Que chora de felicidade
Ao ver-te a ti, meu sol
O arco-íris vinha com vontade
Mas a vida não é uma nuvem
E apesar de seres o meu sol
Aos adultos falta-nos imaginação
Ou é lenta como o caracol!
Mas não acredito só no que vejo
Pois sei que há um arco-íris
Num comprimento de onda não visivel
Inalcançavel pela minha íris
Que nos envolve seja onde for
A luz não visível que vem de nós dois
Em comprimentos de onda de amor
Não se vê, mas sentimos depois
A vida não é uma nuvem
Mas há noutro espetro um arco-íris
Que ao ver-te a ti, meu sol
Toca meu coração, sem chegar à íris.
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
ABRAÇOS
Será que o amor se pode medir pela intensidade de um abraço?
A minha alma triste viaja
E encontra algum sossego
Recordando teu abraço
E o cheiro do aconchego
Era num tempo que sorrias
Quando olhavas para mim
E eu sei que o que vias
Era o nosso amor sem fim
Que enchias o peito de ar
Para falar do nosso amor
Que me levavas na lembrança,
No coração, para onde for
Agora já não me abraças
Daquele jeito tão apertado
Mal me tocas logo afastas
E eu penso no doce passado
Agora já sais sem me olhar
Não sei o que levas no coração
E eu fico para aqui a recordar
Os nossos abraços com paixão
segunda-feira, 30 de julho de 2018
DAS TRIPAS CORAÇÃO
A todas as pessoas que por vários motivos não têm uma vida fácil mas têm uma energia extraordinária e inesgotável dentro de si...
Tantas e tantas vezes
Ando a remar em vão
Passam dias, meses
E eu sempre em provação
Não semeio ventos, não
Mas só colho tempestades
Farei das tripas coração
Para ter frutos de vontades
Se escolho um caminho
Tem tudo p´ra ser errado
E mal espere, devagarinho
Levar um balde d`agua gelado
Não vou em contra mão
E só me dou com boa gente
Farei das tripas coração
P´ra ter o que o coração sente
Na vida para se vencer
É preciso ter-se sorte
Mas também há o querer
E lutarei até à morte
E balançando numa oração
Como uma árvore bebé
Farei das tripas coração
Mas sei que morrerei de pé
segunda-feira, 23 de julho de 2018
HAVANA
Vem pelas ruas comigo
Olha as ruínas do tempo
São a casa de um amigo
Ninguém fica ao relento
Vem pelas ruas comigo
Ideais sempre a partilhar
Nem sempre os que trazem consigo...
Há comida para racionar
Vem pelas ruas comigo
Debaixo de chuva tropical
Sem te conhecer dançar contigo
Com a salsa espantar o mal
A pensar o que é liberdade
Com um cuba livre na mão
Seria tão linda a igualdade
Se não fosse uma imposição
Com a salsa no pé
E um mojito na mão
Se a vida fosse só dançar
Fazer outra revolução.
sábado, 14 de julho de 2018
PEDRO SEM INÊS
Hoje estou de coração cheio pelo carinho e comentários que tenho recebido relativamente ao espetáculo de ontem - O Pedro e a Inês.
Hoje, sem dúvida que teria de ser este o poema a partilhar convosco, o qual dedico ao Há Lá Trio (Emanuel Silva, Cláudia Teixeira, Telmo Sousa) e ao Sr padre André Ferreira.
Eras a bela Inês
Que em Coimbra eu achei
E sem qualquer sensatez
Minha alma te entreguei
Fui teu Pedro sem medo
Teu servo em desassossego
Bebi teu corpo em segredo
Nas águas frias do mondego
Com muito amor e sem razão
Lutaria para te dar o céu
Arrancaria qualquer coração
Mas foste tu quem arrancou o meu
Hoje vivo derrotado
Perdido nesta minha dor
Por ter sido o meu fado
Não seres o meu grande amor
Não tens alma Portuguesa
Falta-te o fervor da lealdade
Das “Inêses” que morreriam
Por amor ou por saudade
Desconfio não ser verdade
O teu nome mesmo Inês
Se não sabes o que é saudade
Do teu Pedro, a teus pés.
segunda-feira, 2 de julho de 2018
QUE SOBREM OS SONHOS
Que haja sempre sonhos, principalmente nos piores momentos de uma vida, para mesmo a custo, ser possível seguir em frente
Se aqui não há amor
E o frio rouba o sabor
De um passado de calor
Que aqueçam os sonhos
Se não sobra a comida
Fica o estômago em ferida
À alma e tripa torcida
Que alimentem os sonhos
Se não há uma canção
Ou uma voz na escuridão
Só o silêncio da solidão
Que cantem os sonhos
Se não há segurança
Mas ingenuidade de criança
Em muralhas de esperança
Que protejam os sonhos
Se não há nada e a vida é duro carma
Derrotados o corpo e a alma,
Para me conseguir levantar da cama
Que sobrem os sonhos
sexta-feira, 29 de junho de 2018
ESPECTÁCULO - O PEDRO E A INÊS
Para além de poetisa agora sou também letrista!! Tudo graças à iniciativa e trabalho do maestro Emanuel Silva que compôs melodias lindíssimas, cheias de notas musicais sentidas, para os meus poemas e aos cantores Cláudia Teixeira e Telmo Sousa que quando cantam me fazem arrepiar... Curiosos? Então apareçam...
Sinopse: Quando uma poetisa, um compositor e dois cantores se juntam e fundem o que melhor sabem fazer, nasce arte e começa o espetáculo! Dirigido por Emanuel Silva, narrado por Ana Soares e cantado por Cláudia Teixeira e Telmo Sousa, “O Pedro e a Inês “ fala-nos sobre o amor. O espetáculo conta-nos a vida de Pedro, um poeta do início do século XX que se apaixona por Inês. Os amores e desamores destes personagens são contados através de músicas bem conhecidas do público, mas também de poemas e de músicas originais. “O Pedro e a Inês” é um espetáculo que transporta a plateia para uma reflexão sobre o amor e as suas arestas, embebido em palavras e música. O espetáculo “O Pedro e a Inês” decorrerá no dia 13 de Julho de 2018, pelas 21h30, no Auditório Ozanam (ao lado da igreja de Moure) numa cooprodução Macpiremo. A entrada é livre.
sábado, 9 de junho de 2018
CONVERSAS INOCENTES
Já pensou em mudar o mundo?
Quando eu era pequenina
Nem sabia ainda escrever
"Palmo e meio e já opina"
Tinha sempre algo a dizer
E na minha inocência
Coisas faziam-me pensar
Desconhecia política, ciência
Mas sabia conversar
Lembro-me de ver na TV
Guerras e pessoas a morrer
Pedia explicações, porquê?
Tinha sempre algo a dizer
As explicações eram sem sentido
Pois como poderia eu aceitar
Que alguém morresse com um tiro
Por outros não saberem conversar?!
Ainda não sabia escrever
Mas não parava de pensar
Tudo vai mudar quando crescer:
Vou ensiná-los a conversar!
Eu cresci e tudo mudou
Não no mundo mas em mim
A inocência que se dissipou
A erva daninha que mata o jardim
Aprendi que no mundo cansado
Não tenho nada a ensinar
Que o Homem é bicho complicado
E nem sempre dá p´ra falar...
quinta-feira, 17 de maio de 2018
COMIGO
Porque se "penso logo existo"...
Ás vezes só queria pensar
Ter tempo para pensar
Ter tempo para ser eu
Consumida por rotinas
Girando em ladainhas
Mais um dia se adivinha
Que o vivo e não sou eu
Ter tempo p´ra falar comigo
Ser o meu próprio abrigo
Refletir se acredito no que digo
Confirmar se o presente é meu
Rotinas doentias e aceleradas
O tempo não chega a nada
E a mente embora cansada
Pede tempo para pensar
Quero pensamentos não forrmatados
Sem censura e sem resguardos
Que não sejam por outros moldados
Serem os meus... serem eu
Ás vezes preciso de tempo
Apenas para conversar comigo
Para pensar e me achar
Tempo meu para ser eu
sexta-feira, 4 de maio de 2018
DIZER AMOR
Para mim, hoje é um dia especial... hoje eu e o meu amor grande fazemos já 5 anos de casados!!
Por isso hoje é dia para um poema sobre o amor e como é bom amar!
Dedico este poema ao meu amor grande, aos amigos Fernanda e Nuno que vão casar amanhã e a todas as pessoas que estão apaixonadas...
Meu amor
Isto são só palavras
Ingénuas e parvas
De um apaixonado
Em que o amor
Levou-me à doença
De ter esta crença
E não ficar calado
E dizer-te amor
Desde o dia em que te vi
Eu soube logo ali
Que ias ser o meu fado
Senti amor
Na barriga borboletas
As luzinhas dos cometas
Cabeça de ovo estrelado
Apenas amor
O que por ti eu sinto
E sempre que o finto
Ainda fica mais agarrado
Digo-te amor
Tenho medo da rejeição
De ouvir de ti um não
Mas não quero ser enganado
Se é amor
Quando fixas os meus olhos
E eu vejo afeto aos molhos
E depois coras um bocado
Diz-me então amor
Que tu me amas também
E não se saberá quem
É o mais apaixonado
quarta-feira, 25 de abril de 2018
RAIO DE LUZ
Para o meu raio de luz, Gustavo.
Ainda não são seis horas
O despertador está a dormir
Mas tu, sem grandes demoras
Tocas meu rosto a sorrir
Abro apenas meio olho
Devia estar a sonhar
Mas para meu consolo
Um abraço está a chegar
Retribuo algo cansada
E sinto uma energia sã
Pois de inverno, na madrugada
És o raio de luz da manhã
A qualquer hora da noite ou dia
Mesmo sem os óculos da miopia
Meus olhos brilharão de alegria
Ao ver o raio de luz da minha vida
sexta-feira, 13 de abril de 2018
NAMOROS DE ANTIGAMENTE
Há meio século atrás era mais ou menos assim, não era?
Fui espreitar à janela
Para ver se aquela
Luz de carro amarela
Eras tu a chegar
Pus-me somente bela
O batom de brilho que mela
Elegância de gazela
Para alguém reparar
Chegaste à hora certa
De atitude discreta
E por entre a porta aberta
Sorriste para mim
Estendeste ao meu pai a mão
Silêncio, até se calou o cão!
Eu sussurrei uma oração
E o meu pai disse que sim!
Sentamo-nos no sofá
Eu do lado de cá
Tu, bem na ponta de lá
E a minha avó ao meio!
Falavas com a avó do tempo
Mas no pensamento
Lembrando o momento
Do nosso primeiro passeio.
sexta-feira, 23 de março de 2018
O RIO
A vida é como um rio
Que existe mas não se agarra
Pode estar cheio ou estar vazio
Corrente fraca ou cheia de garra
Pode ser limpo ou poluído
Água que brota e mata a sede
Vida à deriva ou com sentido
Que em remoinhos se perde
Água transparente que se vê
Vida turva que não pára
Submersos, ignoro os porquês
E alguma ferida que não sára
Rio que seca de solidão
Vida que reacende num brinde
Não há alma sem perdão
Nem um rio que não finde
sábado, 3 de março de 2018
TUAREG
Um poema sobre a cultura berbere.
Em Berbere há uma língua de toques ancestral
Que fazendo pressões na palma da tua mão
Te falo segredos, te falo da minha paixão
Te falo sobre coisas de bem e de mal
Vamos os dois de mãos dadas e calados
E quando queremos falar em segredo
O nosso Berbere da língua dos dedos
Fica só entre nós, nossos toques falados
Digo-te que sou um Tuareg azul
Que sei sempre o caminho no deserto.
Posso até perder-me no incerto
Mas tu és o meu Oásis do sul.
Dizes-me que durante a minha viagem
Vais tatuar-me na tua pele e no coração
E me surpreenderás numa miragem
Quando te voltar a tocar com minha mão
Sou um Tuareg da aridez do deserto
Falo verdades, mentiras, nem sempre sou correto;
Mas em Berbere, com toques na palma da mão
Toco o meu Oásis com o meu coração.
domingo, 18 de fevereiro de 2018
VIVÊNCIAS
Este poema foi um desafio lançado pelo meu amigo pintor David Carvalho e apresentado ontem, na inauguração da sua exposição de pintura "Vivências" que poderão apreciar durante o próximo mês no Barracão da Cultura de Macieira da Lixa.
Nos traços de pele vincados
E nos cabelos descolorados
Vivem em dormências
As minhas vivências
Vivi vidas diferentes:
De santo e indecentes,
A preto e branco e colorida,
Tudo numa só vida
Vivi coragem e vivi medo
Vivi exposto e em segredo
Trago comigo felicidade e dor
Trago comigo desapego e amor
Vivi a euforia bem alto
E caí a um fosso, num salto
No fim da queda livre, ainda a sofrer
Descobri como me reerguer
Amei e fui amado
Ajudei e fui ajudado
Venci e fui vencido
Esqueci e fui esquecido
Sou o que vivo e o que vivi
Fortificado pelo que não esqueci
Em alerta ou em dormências
Trago comigo minhas vivências
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
UM TRINTA E UM AOS VINTE E UM!
Porque hoje é um dia especial... este poema para o meu amor grande!
Com jeitos de romantismo
E vista para o rio Douro
Um discurso com simbolismo
E lá me pediste em namoro
Tu tinhas vinte e um
Eu quase vinte e dois
E que grande trinta e um!
Descobrimos o amor os dois!
Fomos amealhando com o tempo
Mais carinho e bem querer
Que, a qualquer contratempo
Veio sempre a prevalecer
Pois juntos fomos resolvendo
Os trinta e um que surgiam
E todos eles iam trazendo
Qualquer coisa que nos uniam
Depois tinhas trinta e um
E eu tinha trinta e dois
E metemo-nos noutro trinta e um!
Descobrimos outro amor os dois!
Agora temos mais idade que trinta e um
E muito mais amor que aos vinte e um
E juntos estamos e estaremos preparados
Para qualquer outro trinta e um, lado a lado.
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
UMA MÃO CHEIA DE NADA
Cinco dedos compridos
Prontos para te tocar
Procuram um pouco perdidos
A melhor forma de te afagar
Cinco dedos desajeitados
Prontos para te embalar
Mantêm o ritmo, cansados
Para que consigas nanar
Cinco dedos despidos
Sem qualquer pretensão
Na riqueza dos seus sentidos
Sentem derretidos o teu coração
Uma mão cheia de nada!
Que encontra medo e incerteza
Mas que não ficará parada
Para amaciar toda e qualquer dureza
Com tudo é uma mão cheia de nada...
Mas quando tua mão é o conteúdo
Para tudo estará preparada
Torna-se uma mão cheia de tudo!
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