Será que somos apenas actores e a nossa vida uma representação, aguardando-nos a realidade de outra dimensão?...
Será que Deus é o encenador
E eu sem saber um mero actor
Que participa nesta longa metragem
Em que actos são anos, o palco a paisagem?
Numa peça em que os actos são anos a correr
O bom dia da manhã, o boa noite ao entardecer
São a voz a engrossar, a voz a esmorecer
As metamorfoses que a borboleta tem de ter
Nesta peça somos actores? somos peões?
Representando uma vida? representando emoções?
Actores de que verdade? Actores de que mentira?
A que dimensão pertence a pele fria?
E o que é esta realidade? Um palco?
Quão real será o impulso do meu salto?
Quão real será o queimar do asfalto?
Quão real será meu sangue a jorrar?
Quão real será minha voz a gritar?
Talvez seja apenas a representação
Da minha alma noutra dimensão...
E que após esta peça terminar
Vejamos a verdadeira vida a começar