terça-feira, 11 de dezembro de 2018

DOS IDEAIS AOS IDIOTAS EM PARIS


Cinquenta décadas separam
Esta manifestação infeliz
Dos ideais que avançaram
Os estudantes em Paris

Nesse maio distante
Em que exigiam florir
A cultura vibrante
De ser proibido proibir

De libertar a liberdade
E seus ideais serem a verdade.
Longe, meio século as separa
E não queiram aproximar!

Agora há coletes mas sem ideais
Há coletes mas só com interesses
Coletes que não respeitam os demais
Nem o património cultural deles!

Que queimam os carros dos outros
Porque os combustíveis estão caros
Que roubam as lojas dos outros
Porque os impostos são caros

Não são ideais… são desleais!
Podem ser milhões… mas são ladrões!
Que pilham e destroem

Não é a liberdade apregoada d'outrora
È o vandalismo que existe agora
Não estão contentes? Então votem!
Estão em democracia! Votem!
Não matem os ideais… deixem de ser idiotas!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

SÉTIMA ARTE


Fomos em grupo ao cinema
Ver aquele filme em destaque
Sentamo-nos a ver o dilema
Que trouxe a sétima arte

Sentamo-nos lado a lado
E sem nada p´ra falar
Ficamos mudos e enredados
Na história a começar

Uma cena mais emotiva
E ouvi-te a chorar baixinho
E numa atitude irrefletida
Fiz-te na mão um carinho

Olhaste-me então com surpresa
E eu a tentar disfarçar
Como se o pacote das pipocas
Fosse difícil de encontrar

Falamos desde esse momento
Baixinho ao ouvido, e a saber
O fim do filme, por contratempo
Na sala e não chegamos a ver!

Então o tal filme acabou
E nossa história a começar
Em realidade se tornou 
E agora dá bem que falar

Descobri que és do Benfica,
Vegetariana e confiante
Não simpatizo com a equipa
Nem partilho o restaurante

Descobriste que às vezes sou chato,
Do mais desarrumado que viste
E que não podemos ter um gato
Por causa da minha rinite

Não daria para um filme
A nossa história de amor
Mas não troco por nenhuma outra
Nem a história, nem o amor