quarta-feira, 30 de julho de 2014

ALARGAR O HORIZONTE



Eu tento alargar o meu horizonte todos os dias... e vocês, conseguiram alargar os vossos horizontes hoje?

O mais distante que minha visão avista,
Olho o cume da montanha mais alta
Saber o que está para lá seria uma conquista
E é esse o pensamento que mais me assalta

Resolvo então rumar a tal destino
Descendo aos vales, escalando a escarpa
Vou enganando o cansaço vespertino
E chego ao cume da montanha mais alta

Mas também daquele alto, olhando em redor
De todos os lados havia um limite
Que o olhar mais atento não permite
Atingir. Perde-se o contorno e o pormenor

Nesse momento vi que por mais que avance
Haverá sempre um horizonte em frente
Que limitará o objetivo de alcance
Para mim e para toda a gente

Sei que nunca absorverei toda a essência do mundo
Tudo o que queria e até desconheço que queria
E sei agora que o meu querer mais profundo
É apenas alargar meu horizonte a cada dia

quarta-feira, 23 de julho de 2014

ESPREGUIÇAR!


Porque será que espreguiçar é falta de educação?

Num momento de relaxamento
Resolvo fazer uns alongamentos
Espreguiçando-me por momentos
Quase caindo do meu assento

Estes músculos espreguiçados
Agradecem-me ser alongados
O meu humor ri-se melhorado
E o sangue desliza, recirculado

Mas a cultura é contra a libertação
E a tendência é a procrastinação
Por isso, alguns momentos de tensão
Para não dizerem que não tenho educação!


quarta-feira, 16 de julho de 2014

COLO DE MÃE


Dedico este poema a um pequeno bebé e à alma da sua mãe...

Há-de haver outros colos para o aquecer
Mas chorará por aquele até o esquecer
Haverá outro leite que o fará crescer
Mas não de materno sabor, genuíno saber

Muito amor, muito afecto há-de ter
Mas roubaram-no de ainda outro receber
Muitos dias felizes e gloriosos há-de viver
Mas privado daquele beijo diário ao adormecer

Roubou-lhe a mãe, a vida sem razão
Mas ele há-de falar com ela em oração
E sentir sua presença como em devoção
Num calor que lhe preencha todo o coração

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O MEU GRITO!



Sou portuguesa e tenho muitos motivos para gritar... o que estão a fazer com a nossa pátria?

No meio da tempestade que alastra
Que para o frio e escuro nos arrasta
Que nos fragiliza e nos devasta
Agarro-me à luz do que acredito
E ganha força o meu grito!

No pantanal que tornaram nosso chão
Pisamos o incerto, no meio da escuridão
Caminhamos à deriva, sem orientação
Agarro-me ao chão do que acredito
E ganha voz o meu grito!

De olhos vendados e amarras na mão
Sinto-me nauseada deste cheiro a podridão
Orientam para o precipício a Nação
Enquanto não me amordaçam digo o que acredito
Enquanto não me amordaçam grito!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

VIVER



Eu quero viver e viver muito enquanto viver. E vocês?

Eu quero viver
Quero viver muito, mais e mais ainda
Quero despertar o sono e o dia que finda
E prolongar constantemente a energia vinda
Da minha mais profunda vontade de viver

Eu quero viver
Não quero sobreviver, nem passar tempo
Não quero contar dias, meses ou anos de vento
Mas quero saborear os segundos de um momento
E sentir no tacto um real viver

Eu quero viver
Quero meus sentidos apurados e exaltados
Agarrar conhecimentos e experiências aos bocados
Sentir emoções, sensações, sentimentos e fados
E mergulhar no mais verdadeiro viver

Eu quero viver
Quero libertar-me de dormências e de sonos
Da "pasmaceira" e de outros "monos"
E acompanhar o tempo sem limites, sem contornos
Viver e viver muito enquanto viver!