segunda-feira, 30 de julho de 2018

DAS TRIPAS CORAÇÃO


A todas as pessoas que por vários motivos  não têm uma vida fácil mas têm uma energia extraordinária e inesgotável dentro de si...

Tantas e tantas vezes
Ando a remar em vão
Passam dias, meses
E eu sempre em provação

Não semeio ventos, não
Mas só colho tempestades
Farei das tripas coração
Para ter frutos de vontades

Se escolho um caminho
Tem tudo p´ra ser errado
E mal espere, devagarinho
Levar um balde d`agua gelado

Não vou em contra mão
E só me dou com boa gente
Farei das tripas coração
P´ra ter o que o coração sente

Na vida para se vencer
É preciso ter-se sorte
Mas também há o querer
E lutarei até à morte

E balançando numa oração
Como uma árvore bebé
Farei das tripas coração
Mas sei que morrerei de pé



segunda-feira, 23 de julho de 2018

HAVANA




Vem pelas ruas comigo
Olha as ruínas do tempo
São a casa de um amigo
Ninguém fica ao relento

Vem pelas ruas comigo
Ideais sempre a partilhar 
Nem sempre os que trazem consigo...
Há comida para racionar

Vem pelas ruas comigo
Debaixo de chuva tropical
Sem te conhecer dançar contigo
Com a salsa espantar o mal

A pensar o que é liberdade
Com um cuba livre na mão
Seria tão linda a igualdade
Se não fosse uma imposição

Com a salsa no pé
E um mojito na mão
Se a vida fosse só dançar
Fazer outra revolução.


sábado, 14 de julho de 2018

PEDRO SEM INÊS


Hoje estou de coração cheio pelo carinho e comentários que tenho recebido relativamente ao espetáculo  de ontem - O Pedro e a Inês.
Hoje, sem dúvida que teria de ser este o poema a partilhar convosco, o qual dedico ao  Há Lá Trio (Emanuel Silva, Cláudia Teixeira, Telmo Sousa) e ao Sr padre André Ferreira.

Eras a bela Inês
Que em Coimbra eu achei
E sem qualquer sensatez
Minha alma te entreguei

Fui teu Pedro sem medo
Teu servo em desassossego
Bebi teu corpo em segredo
Nas águas frias do mondego

Com muito amor e sem razão
Lutaria para te dar o céu
Arrancaria qualquer coração
Mas foste tu quem arrancou o meu

Hoje vivo derrotado
Perdido nesta minha dor
Por ter sido o meu fado
Não seres o meu grande amor

Não tens alma Portuguesa
Falta-te o fervor da lealdade
Das “Inêses” que morreriam
Por amor ou por saudade

Desconfio não ser verdade
O teu nome mesmo Inês
Se não sabes o que é saudade
Do teu Pedro, a teus pés.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

QUE SOBREM OS SONHOS



Que haja sempre sonhos, principalmente nos piores momentos de uma vida, para mesmo a custo, ser possível seguir em frente


Se aqui não há amor
E o frio rouba o sabor
De um passado de calor
Que aqueçam os sonhos

Se não sobra a comida
Fica o estômago em ferida
À alma e tripa torcida
Que alimentem os sonhos

Se não há uma canção
Ou uma voz na escuridão
Só o silêncio da solidão
Que cantem os sonhos

Se não há segurança
Mas ingenuidade de criança
Em muralhas de esperança
Que protejam os sonhos

Se não há nada e a vida é duro carma
Derrotados o corpo e a alma,
Para me conseguir levantar da cama
Que sobrem os sonhos