quarta-feira, 26 de novembro de 2014

OS KIKOS


Este poema é para o Francisco e para a Ana Francisca

Por três pequenos meses espaçados
Foi o Kiko que chegou primeiro
Calminho, de volume controlado
Mamando e dormindo o dia inteiro 

Chega então depois a Kika
Mais comilona e agitada
Tão lady que até no shopping fica
Mais calminha e descansada

Enquanto isso, o Kiko atento
Ás novidades do canal Panda
Vai chuchando no dedo sedento
Até se lembrar novamente da mama

Nestas tenras e imaturas idades
Precoce seria falar de personalidades
Mas destes pequenos e amorosos rebentos
Adivinham-se já seus temperamentos

Porém só o futuro irá mostrar
Como é que estes Kikos se vão dar
Muito amigos, até quiçá namorar
Estes Kikos ainda vão dar que falar!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

PEQUENO PORMENOR


Quão grande pode ser um pequeno pormenor?

Para além de muita coisa importante
Ás vezes sem sabor, até entediante
A cereja no topo do bolo com cor
Transforma todo o enquadramento anterior

E de pequeno ou de grande tamanho
Naquele ajuste, que enorme foi o ganho
De importância relativa, maior ou menor
Foi até suficiente para o dia correr melhor

Um tom esbatido, menos carregado
Aquele bom dia com um sorriso rasgado
Um tal telefonema mesmo na hora certa
No decote do vestido uma bainha aberta

Aquilo que se faz, no tom que se diz
O tal acabamento, o brilho do verniz
Uma noite a avançar, com ou sem lareira
A companhia que está sentada à nossa beira

E os mínimos detalhes pode estar muito valor
Pois nem sempre é pequeno um pequeno pormenor!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

INCERTEZAS



Hoje teve alguma  incerteza?...

Quando a questão é retórica
Sem conclusões cientificas
Ou sem consistência histórica
As ideias não são pacíficas

Porque não sei de onde venho
Muito menos para onde vou
E para além do meu empenho
Não sei se serei sempre quem sou

Quase tudo na vida é tão incerto...
Como poderia seu cerne ser algo de concreto?
E para que seja mentalmente assertiva e equilibrada
A incerteza é uma constante constantemente ignorada

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

CUMPLICIDADE



Entre muitos outros condimentos, quão importante será a cumplicidade numa relação?...

Não, nem sempre concordo
E sim, muitas vezes discordo
Das tuas ideias, tuas opiniões
E inclusive de algumas ações

Não, nem sempre te percebo
Sim, muitas vezes não concebo
O quê? porquê? então?
Nem sempre te dou razão...

Mas dou-te tréguas no meu espaço
Pois  não sou a dona da razão
E também tu me dás aí um pedaço
E supres a tua pergunta ou reflexão

E é aí nesse espaço de tréguas
Que lado a lado caminhamos léguas
E sem compreender acabamos por aceitar
E sem concordar acabamos por apoiar

Lado a lado não esquecemos opiniões
Mas não deixamos que se tornem confusões
E as diferenças esmorecem de verdade
Abafadas pela nossa cumplicidade