TEMPO DE ESPERANÇA E DESESPERANÇA

Os meus votos de um feliz natal para todos, cheio de esperança...

O Natal já não é mágico como outrora

Além dos afetos que embrulham estas paredes

Há a consciência de tristes Natais lá fora,

Dura realidade que os belos Natais devora

Natal seria partilha, paz, amor, afetos

Valores que ultrapassam religiões, ou dialetos...

Mas não! Não ultrapassa! Não há magia!

Porque a alegria desvanece, contaminada pela agonia

Não há Natal nem infância para as crianças em Aleppo,

Não há Natal para muitas crianças aqui perto...

Olhando minha criança, segura e quentinha, penso nisso...

Não haverá Natal para a criança que no Pai Natal acreditava

E que abraçado, no seu colo, proferiu sua última palavra...

Olhando minha criança, saudável e feliz, penso nisso...

Penso no meu Natal e em outros Natais

Na ambivalência natalicia... amarga e doce para tantos,

Num tempo de esperança e desesperança...

QUE FIQUES BOM...

Já nem sei a última vez que te vi
A vida empurra-nos para aqui... para alí...

E o tempo vai passando... foi passando

Afastando a amizade do passado.

Soube há pouco notícias tuas,

Notícias ingratas, revoltantes, duras...

Soube que há algum tempo estás doente

Mas que estás a lutar e seguir em frente

Tenho o teu número... será ainda o mesmo?

Mas não te ligo... não saberia o que dizer.

Provavelmente falarias risonho e sereno...

Não te telefono, não te digo nada... apenas escrevo.

Na escrita, as minhas vontades mais sentidas elevo,

Quero muito, muito, muito que fiques bom.