sábado, 29 de novembro de 2008

A Rosa


A semente no chão
O regador na mão
O sol a aconchegar
A vida a despertar

O rebento não tardou
E a vida acordou
A rosa a desabrochar
Na sede de "se vingar"

Na sede de "se vingar"
Na sede de viver,
Mas a frágil e pura rosa
Nasceu para logo morrer...

Oh triste mundo, que infeliz és!
Ingrato te revelas, oh cruel, desgraçado!
Teve a rosa de morrer por se revelar
Alma ingénua e sem nenhum pecado?

Diz-me tu oh Darwim
Porquê a lei do mais forte?
Porquê que os que amam e sonham
São condenados à morte?

Diz-me oh Tu que semeias a vida
Porque não a fizeste cheia de encantos
E condenas quem nela se acha perdida
A desfalecer em agoniados prantos?

Diz-me porque não tem a oportunidade
De ser feliz quem é franco
Quem quer a amizade, a lealdade
Quem quer uma vida suave de rosa?

À procura do clima suave, em 1999
(imagem: Rosa meditativa, de Salvador Dali)

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