A vida é como um rio. Umas vezes enche-nos de acontecimentos e de emoções, tal como o rio transborda após um inverno rigoroso...Outras vezes pouco nos trazem os dias vazios, tal como as águas secam após o calor agreste de um Verão sufocante. Este será o rio da minha vida, dos meus verões e dos meus invernos...
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
ESTÁTUA VIVA
Descendo as ruas da cidade
No meio dos turistas e da confusão
Cruzamo-nos com a realidade
De quem faz da imobilidade paixão
Com pele e roupas pintadas
Expostas ao sol ardente da tarde
Permanece horas de mãos seladas,
Prende os músculos à sua vontade
A vontade de não mexer, não tremer,
De não respirar, não pestanejar
Na estaticidade descobre a forma de viver
Abdicando da mobilidade p´ra a alcançar!
Estranhamente vivo... e é sem mexer
Que vive ao limite o extremo da vida
O extremo inerte que se pode ser
Quando há pulsatilidade real escondida
Estranhamente viva, a estátua vê sem pressa
Estranhamente viva, ouve histórias sentidas
Mas que nem às paredes confessa
Estranhamente viva, escolheu ser uma estátua viva
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