quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ESTÁTUA VIVA


Descendo as ruas da cidade
No meio dos turistas e da confusão
Cruzamo-nos com a realidade
De quem faz da imobilidade paixão

Com pele e roupas pintadas
Expostas ao sol ardente da tarde
Permanece horas de mãos seladas,
Prende os músculos à sua vontade

A vontade de não mexer, não tremer,
De não respirar, não pestanejar
Na estaticidade descobre a forma de viver
Abdicando da mobilidade p´ra a alcançar!

Estranhamente vivo... e é sem mexer
Que vive ao limite o extremo da vida
O extremo inerte que se pode ser
Quando há pulsatilidade real escondida

Estranhamente viva, a estátua vê sem pressa
Estranhamente viva, ouve histórias sentidas
Mas que nem às paredes confessa
Estranhamente viva, escolheu ser uma estátua viva

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