sábado, 22 de agosto de 2020

REVOLUÇÃO DAS MÁSCARAS

02/05/2020

A minha espingarda é a minha voz. Quero ferir de atenção as pessoas, para evitar que se magoem. Quero travar a liberdade das pessoas no gatilho que se disparado, perfuraria a liberdade dos outros. Na minha voz há responsabilidade e responsabilização. Há uma máscara colocada no meu rosto para garantir que todos possam trabalhar e viver, sem ser eu a provocar-lhes algum mal. A minha voz e a minha respiração trespassam a minha máscara com algum desconforto, com dor nas orelhas... mas nunca a tiro. Que desconforto ridículo, incomparável ao dever cívico de fazer algo por um bem maior. Eu “não ando mascarada”, eu ando como deve andar quem respeita e dá importância máxima à vida e ao trabalho do próximo e que quer contribuir para uma nova normalidade, o mais depressa possível - com uma máscara no rosto.

A minha voz é a minha espingarda e na minha espingarda coloco uma máscara. A minha espingarda tem uma máscara para te proteger. Porque a minha máscara protege-te e se usares uma, a tua protege-me. Não queres colocar também uma máscara na tua espingarda para me protegeres?

As flores? Essas também estão sempre comigo... trago-as ao peito.

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