sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Só...



Só...
Solitariamente só
O sol agora já não brilha
Os pássaros desafinam
Aqui perdida numa ilha
Onde os meus doces sonhos findam

Só...
Tristemente só
Agora já ninguém me entende
Ou talvez nunca o sucedeu
A minha alma que se rende
Pede ajuda em vão ao céu

Só...
Amargamente só
As lágrimas tão salgadas
Que desaguam neste mar
De tristezas aqui seladas
Para ninguém as encontrar

Só...
Silenciosamente só
O grito aqui desesperado
Que me corroi o coração
Dolorosamente abafado
Transforma-se num furacão

Só...
Desesperadamente só
Sozinha neste quarto escuro
Sem ter uma frincha de luz
Nada há além deste muro
Agora já nada me seduz

Só...
Verdadeiramente só
Nem os rios já me entendem,
Os animais, as flores, os prados;
Felicidade não vendem?
Ou alegria aos bocados?

Só...
Monstruosamente só
Olhem, olhem! Não me vêem?
Estou aqui tão longe, tão perto...
Um mapa para me encontrar têm?
Num grande, escuro e gelado deserto?

Só...
Injustamente só
Nem a um julgamento fui
A sentença foi logo dada
Invadiu-me um sentido ui
Que tormentosa machadada

Num dia solitário em 1998
(imagem de Salvador Dali)

2 comentários:

Switchnina disse...

amei, é super inspirador , bonito mesmo, só não entendi o sentido da ultima frase....sobre 1998. por favor me responda o q isso significa....pode me responder no meu blog....valeeeeeeu!

Miká disse...

Ainda bem que gostaste.
Eu escrevi este poema em 1998.
Espero que continues a seguir os poemas.