sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tradição de Horror


Há muito que a bancada está cheia;
Aguarda-se com ansiedade na plateia,
Agitação e o antecipado deleite
Que o lado negro da alma verte

Depois, entre aplausos enche-se a arena
O pomposo cavaleiro já acena
Sobre o dorso do cavalo troteante
Este duo guerreiro e imponente

Do outro lado da arena, entretanto
Também se vislumbra já a um canto
A diabólica e temível fera,
O inimigo deste cenário de guerra

Só uma das partes escolhe esta guerra
E o destemido cavaleiro lança-se à fera
Em gestos ágeis, do seu alto pedestal,
Mesmo sem o confronto agressivo do animal

E a cada galope, que grande feito
Enche o cavaleiro de orgulho seu peito...
De um lado aplausos e incentivos
Do outro o sangue e os gemidos

A inteligência do Homem contra a força do animal
Uma frase infeliz para uma verdade brutal
Era da fera o sangue a jorrar...
Era sua pele que se estava a trespassar...

Mas tudo é relevado pela tradição
Que é a vida do touro à beira desta razão?
Espectáculos que a inteligência do Homem tece
Mancha de vergonha de um ser racional.

3 comentários:

Teresa David disse...

Gostei bastante do poema em si e do tema porque sou uma acérrima contestatária das touradas.
Bjs
TD

Teresa David disse...

Gostei bastante do poema em si e do tema porque sou uma acérrima contestatária das touradas.
Bjs
TD

poetaeusou . . . disse...

*
Marialvismo,
dizem eles,
será ???
,
floridas conchinhas,
deixo,
,
*