Colocaram-lhe uns baraços
Nas pernas e nos braços
E agitando-os no ar
Fizeram-no caminhar
Foi coagido nos movimentos
Nesse e em outros momentos
Manipularam-no na fala
Como quem vê e se cala
Os cordéis o arrastaram
A outros rumos o obrigaram
Meteram-no num triste avião
E cruzou os céus da emigração
Como se fosse um fantoche
Sujeito ao desprezo e ao deboche
Tiraram-lhe os sonhos e o norte
Decidiram a sua própria sorte
Como uma marioneta comandada
Pelas mãos de uma criança
À mercê da vontade alheia
A ver como a vida avança
Quantas marionetas somos?
Presos por diferentes contornos
Mas emaranhados, acorrentados
Já conformados ou desesperados?
Esperando que se rompam os baraços
Para retomarmos os nossos passos
Reacendermos a nossa raiz
E a esperança de um País
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