21/06/2020
O rio da Miká
A vida é como um rio. Umas vezes enche-nos de acontecimentos e de emoções, tal como o rio transborda após um inverno rigoroso...Outras vezes pouco nos trazem os dias vazios, tal como as águas secam após o calor agreste de um Verão sufocante. Este será o rio da minha vida, dos meus verões e dos meus invernos...
domingo, 23 de agosto de 2020
A NOSSA LIXA
TREPADEIRA DE LUZ
09/06/2020
Num passeio por um campo de quivis, explicas-me que não o são... tratam-se afinal de pés de feijão... é tão óbvio que aquela folhagem para ti alta e densa esconderá algo maravilhoso... uma aventura mágica! Talvez um gigante ou um passarinho... talvez uma pedrinha colorida... qualquer uma das hipóteses seria fascinante. Trepas para o meu colo como uma trepadeira pelo muro ou como o João pelo pé de feijão mágico. Quando chegas ao meu colo, o teu sorriso de luz acende assinalando a chegada ao destino, que era tão simplesmente o meu. Afinal de contas, não foste tu quem chegou à minha altura... fui eu quem chegou à tua, e sem sair do lugar, na tua subida, pude ver um maravilhoso campo cheio de pés de feijão mágicos que nos envolvia.
HAJA UM POUCO DE AMOR
28/05/2020
sábado, 22 de agosto de 2020
REVOLUÇÃO DAS MÁSCARAS
02/05/2020
A minha espingarda é a minha voz. Quero ferir de atenção as pessoas, para evitar que se magoem. Quero travar a liberdade das pessoas no gatilho que se disparado, perfuraria a liberdade dos outros. Na minha voz há responsabilidade e responsabilização. Há uma máscara colocada no meu rosto para garantir que todos possam trabalhar e viver, sem ser eu a provocar-lhes algum mal. A minha voz e a minha respiração trespassam a minha máscara com algum desconforto, com dor nas orelhas... mas nunca a tiro. Que desconforto ridículo, incomparável ao dever cívico de fazer algo por um bem maior. Eu “não ando mascarada”, eu ando como deve andar quem respeita e dá importância máxima à vida e ao trabalho do próximo e que quer contribuir para uma nova normalidade, o mais depressa possível - com uma máscara no rosto.
A minha voz é a minha espingarda e na minha espingarda coloco uma máscara. A minha espingarda tem uma máscara para te proteger. Porque a minha máscara protege-te e se usares uma, a tua protege-me. Não queres colocar também uma máscara na tua espingarda para me protegeres?
As flores? Essas também estão sempre comigo... trago-as ao peito.
PAIXÃO
11/04/2020
Num caminho sem qualquer caminho, abarcar o sofrimento que consome o corpo ao arder na alma. Exasperar por coroas de espinhos que sangram a natureza humana. Num caminho sem qualquer caminho, seguir na solidão a missão de salvar os pecados do mundo.
Desesperar de dor, a cada golpe infligido no calvário, pela redenção invisível.
Num caminho sem qualquer caminho, o maior caminho do mundo - o da vida pela Paixão e o da Paixão por todas as vidas.
Uma Paixão feita em sofrimento, de nós e por nós.
E nós? Que fazemos nós todos os dias com essa Paixão?... nós... continuamos a fazer o que melhor sabemos - coroas de espinhos.
DESMASCARAR
06/04/2020
sábado, 1 de fevereiro de 2020
THE OAK
quarta-feira, 8 de janeiro de 2020
NOVOS LOUCOS ANOS VINTE
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
NATAL EGOCÊNTRICO
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
TRAIÇÃO
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
A CADA PASSO...
A cada passo, no contacto com o chão o ressoar de um som estridente aos meus ouvidos. Uma existência, uma realidade que habita e me sufoca. Talvez este chão seja demasiado rude para meus passos e talvez esta realidade seja demasiado crua para eu permanecer dentro dela. Mas quando de mim saio e levito em meus sonhos, há a frescura de outros atritos e de outros impactos criados por mim. A imaginação concerta pequenos danos da realidade que se ajustam aos meus passos e dão-me asas aos pés, dão serenidade à minha marcha e permitem que então, a realidade, faça algum sentido.
domingo, 24 de novembro de 2019
MAMÃ
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
JÁ NINGUÉM MORRE POR GRANDES CAUSAS
Já ninguém lava com o sangue de um duelo a sua honra... e onde está a honra?
Já ninguém morre fazendo do peito escudo dos ideais, desfazendo muros de segregação, libertando pátrias com balas ou cravos, hasteando bandeiras de liberdade.
Já ninguém morre por grandes causas, vivemos antes quase mortos, sem suspiros, numa letargia preguiçosa e desinteressante de nada nos palpitar em fervor no coração.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
THE THREE Ds OF CONFUSION
Os corvos de Odin pousaram nos cabelos brancos de um homem e uma identidade foi arrancada em prantos. Os corvos voaram e levaram uma qualquer parte de sabedoria e de arte que faziam daquele homem aquele homem.
Em sua cabeça entoavam agora os três Ds - delírio, depressão, demência. Alterações fisiológicas de um frágil ser que esbraceja, fica imóvel, grita e emudece - sempre fora de tempo, sempre fora daquele tempo que os outros acham certo. Sempre fora do tempo que outrora ele achou certo.
Delírio, depressão e demência. Agora mais nada lhe resta nesta morte em vida para além de permanecer nesse mundo paralelo sobrevoado por corvos.